Aos Guaranis Kaiouá, aos índios de todas as tribos
dizimadas pela ganância e pela truculência do homem dito civilizado, que prega
o crescimento econômico a qualquer preço.
Aos índios que foram jogados à beira
das rodovias, que vivem como escravos cortando cana numa terra que antes era
deles.
Aos índios que vivem marginalizados pelas ruas e esquinas de nossa bela
cidade, tentando sobreviver de artesanato:
Perdoem-nos por tanta estupidez!
*(...) Nas esquinas invisíveis do tempo, uma criança dormita ao colo da artesã indígena, sentada sobre as pedras frias da
calçada. Dorme, menino, dorme. Tua mãe acordada embala sonhos desnutridos.
Talvez mãe e filho sonhem que ainda estão na mata, alimentando-se da alegria dos
frutos da terra, banhando-se nus nas águas pagãs e cristalinas dos riachos, como
faziam seus ancestrais. Mas, há tempos, alcançou-os a estupidez e a ambição
predadora do homem civilizado e transformou-lhes os sonhos tribais em pesadelos
urbanos. Em nome do progresso, caciques brancos devastaram a mata e poluíram os
rios. Covardemente arrancaram os filhos da selva do regaço generoso da Mãe
Natureza e os transplantaram ali, numa esquina qualquer do descaso. Dorme,
menino, dorme. Assim e apenas assim, ainda podes sonhar com os sonhos que te
roubaram. (...)* Trecho do artigo "Invisíveis esquinas do tempo", postado em agosto/2012
Para ver e refletir:
ResponderExcluirVídeo sobre os índios Guarani
http://www.youtube.com/watch?v=fRuH3ydihHE