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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Perdoem-nos por tanta estupidez


Aos Guaranis Kaiouá, aos índios de todas as tribos dizimadas pela ganância e pela truculência do homem dito civilizado, que prega o crescimento econômico a qualquer preço.
Aos índios que foram jogados à beira das rodovias, que vivem como escravos cortando cana numa terra que antes era deles.
 Aos índios que vivem marginalizados pelas ruas e esquinas de nossa bela cidade, tentando sobreviver de artesanato:
Perdoem-nos por tanta estupidez!
*(...) Nas esquinas invisíveis do tempo, uma criança dormita ao colo da artesã indígena, sentada sobre as pedras frias da calçada. Dorme, menino, dorme. Tua mãe acordada embala sonhos desnutridos. Talvez mãe e filho sonhem que ainda estão na mata, alimentando-se da alegria dos frutos da terra, banhando-se nus nas águas pagãs e cristalinas dos riachos, como faziam seus ancestrais. Mas, há tempos, alcançou-os a estupidez e a ambição predadora do homem civilizado e transformou-lhes os sonhos tribais em pesadelos urbanos. Em nome do progresso, caciques brancos devastaram a mata e poluíram os rios. Covardemente arrancaram os filhos da selva do regaço generoso da Mãe Natureza e os transplantaram ali, numa esquina qualquer do descaso. Dorme, menino, dorme. Assim e apenas assim, ainda podes sonhar com os sonhos que te roubaram. (...)

* Trecho do artigo "Invisíveis esquinas do tempo", postado em agosto/2012

Um comentário:

  1. Para ver e refletir:
    Vídeo sobre os índios Guarani
    http://www.youtube.com/watch?v=fRuH3ydihHE

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